Contas do governo têm superávit de R$ 1,1 bilhão em março, melhor resultado para o mês em 4 anos
29/04/2025
(Foto: Reprodução) No acumulado do primeiro trimestre, as contas do governo registraram um superávit de R$ 54,53 bilhões, o melhor desde 2022. Pagamento menor de sentenças judiciais ajudou as contas do governo neste ano. As contas do governo registraram um superávit primário de R$ 1,1 bilhão em março, conforme divulgado pelo Tesouro Nacional nesta terça-feira (29).
🔎 O superávit primário ocorre quando as receitas com tributos e impostos superam as despesas do governo. Se as despesas excedem as receitas, o resultado é um déficit primário. Esses valores não englobam os juros da dívida pública.
O resultado representa uma melhora em comparação com março do ano passado, quando foi registrado um déficit de R$ 1,08 bilhão (corrigido pela inflação).
Esse também foi o melhor resultado para o mês de março desde 2021, quando foi contabilizado um saldo positivo de R$ 2,6 bilhões (valor corrigido pelo IPCA).
📈 Os dados oficiais mostram que o crescimento da arrecadação contribuiu para a melhora das contas públicas, uma vez que a receita líquida do governo (após transferências a estados e municípios) cresceu 0,8% em termos reais, atingindo R$ 174,6 bilhões.
📈 As despesas totais somaram R$ 173,6 bilhões em março, com uma queda real de 0,5%. Neste ano, o orçamento foi sancionado apenas em abril, o que levou a uma limitação de gastos livre (chamados discricionários).
Compras internacionais caem, mas arrecadação com impostos aumenta depois da chamada Taxa da Blusinha
Acumulado do ano
No acumulado do primeiro trimestre deste ano, as contas do governo registraram um superávit de R$ 54,53 bilhões, segundo números oficiais.
Comparado ao mesmo período do ano passado, quando foi registrado um superávit de R$ 20,17 bilhões, houve uma melhora nas contas.
Esse também foi o maior saldo positivo para o primeiro trimestre desde 2022, quando foi contabilizado um superávit de R$ 59,34 bilhões.
A melhora no resultado das contas do governo no primeiro trimestre está relacionada à redução no pagamento de precatórios (sentenças judiciais), que somaram R$ 30,8 bilhões.
Em 2024, os valores de precatórios se concentraram em fevereiro. Neste ano, ainda não houve concentração desses pagamentos.
O Tesouro Nacional informou que a melhora nas contas do governo refletia a "diferença no cronograma de pagamentos dos precatórios entre os exercícios de 2024 e 2025".
📈 Nos três primeiros meses deste ano, houve um aumento real de 2,7% na receita líquida, após as transferências constitucionais a estados e municípios, totalizando R$ 576,5 bilhões.
📈 Ao mesmo tempo, as despesas totais do governo somaram R$ 522 bilhões no primeiro trimestre deste ano, com uma queda real de 3,4% no período.
Meta fiscal
🔎 Para este ano, a meta é zerar o déficit das contas, que somou R$ 43 bilhões em 2024.
Pelas regras do arcabouço fiscal, o governo pode ter um déficit de até 0,25% do PIB sem que o objetivo seja formalmente descumprido, o equivalente a cerca de R$ 31 bilhões.
Para fins de cumprimento da meta fiscal, também são excluídos outros R$ 44,1 bilhões em precatórios, ou seja, decisões judiciais.
Governo cumpre meta fiscal dentro do limite de tolerância